A Folha de São Paulo publicou uma longa reportagem no último dia 16 de janeiro, sobre a comercialização de carne sem fiscalização ou clandestina em nosso país.
Os dados são assustadores. Quase metade da carne bovina vendida não tem qualquer fiscalização. Nos outros tipos de carne *(de frango e suína) os índices também são elevados, variando de 25 a 35%. Já o leite clandestino chega a quase 50%.
Tal fato demonstra o quanto é subdesenvolvido o nosso Brasil. Tais dados demonstram total falta de atenção com temas altamente importantes.
É evidente que permitir-se a venda de alimentos sem inspeção e sem fiscalização sanitária, é um verdadeiro atentado à saúde pública. Várias doenças graves são provenientes de abate inadequado de animais (que são doentes ou estão sendo manipulados se nenhuma higiene).
Tuberculose, brucelose, sistosircose, diarréia, intoxicação etc. são algumas das doenças transmitidas que vitimam milhares de pessoas todos os anos nesse país.
Os governos se omitem, mantendo um número ínfimo e absolutamente insuficiente de fiscais para fiscalizar essa comercialização criminosa que é produto da ignorância ou comerciantes inescrupulosos.
Recentemente, os governos estaduais e federais procuraram transferir essas fiscalizações aos municípios.
Na maioria das vezes isso não dá certo. Nos municípios pequenos, ou administrados por políticos limitados e medíocres, a fiscalização não atua e nem autua, visto que os prefeitos não querem se indispor com cabos eleitorais e conhecidos.
Enquanto isso a saúde da população corre enormes riscos, e o poder político deixa de arrecadar enormes quantias de impostos.
Sendo assim, recomendamos que a própria população tome seus cuidados, só adquirindo carne e outros alimentos em locais de confiabilidade.
Se formos contar com os fiscais, estaremos todos mortos ou doentes
Marcus Vinícius Valle Jr., advogado, é professor universitário de Direito penal e Direito Ambiental.
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