A presença dos Ingleses na Região Bragantina 
A extinta estrada de ferro Bragantina.

Das criações européias do século XIX, sem sombra de dúvida, as ferrovias além de mudarem as concepções de locomoção e transporte terrestres, tornaram-se, com o passar das décadas, verdadeiras obras de arte e atualmente fonte de receitas turísticas de muitos desses países como a Inglaterra e Suíça, que auferem grandes somas anualmente.

E dos visitantes, que lá acorrem para conhecer e apreciar antigos trajetos ferroviários, que permanecem com as mesmas locomotivas a vapor em pleno funcionamento, fazendo o turista ter a impressão de que lá o tempo não passou.

Além de entrecortarem, com artísticas ferrovias, o seu país de origem, os ingleses, com seu pioneirismo, vieram para o Brasil e também o entrecortaram com ferrovias, 

Vista aérea do Bairro do Taboão, no idos de 1960, com a Praça 9 de Julho, o predio da antiga estação "Taboão" e residencias ornamentadas com muita arborização, um hábito dos moradores da época.

deixando como marco seu estilo de arquitetura, bem como, com seu arrojo, deram início a muitas cidades e o desenvolvimento de outras, servidas pelas mesmas linhas férreas. 

No Estado de São Paulo, praticamente desbravaram o seu interior, com a implantação de diversas ferrovias e estilo de edificações. Ainda hoje, em certas localidades, pode-se apreciar algumas dessas obras de arte desde um simples pontilhão, com suas muralhas de pedras, a artísticas estações, como a de Paranapiacaba.

Nesse arrojo pioneiro a Região Bragantina também foi contemplada pelos ingleses, que aqui implantaram a extinta Estrada de Ferro Bragantina, que envolveu diretamente os municípios de Atibaia, Piracaia e Bragança Paulista contribuindo para seus desenvolvimentos, bem como trazendo um pouquinho da cultura e engenharia inglesas para estas paragens.

Infelizmente, na década de 60, por uma visão errônea de nossos governantes estaduais e federais da época, muitas ferrovias foram extintas e substituídas por rodovias na esperança de tornar as viagens mais rápidas, abandonando à destruição o rico acervo das estradas de ferro, propulsoras da colonização de nosso país. Em 1967, a onda da extinção atingiu a Estrada de Ferro Bragantina, marco de colonização de toda esta região. Após três décadas dessa extinção, ainda lamentada por muitos, principalmente em razão do término das pitorescas e paisagísticas viagens que eram oferecidas aos passageiros, pouco, muito pouco, resta desse histórico meio de locomoção da Região Bragantina e da passagem dos ingleses por nosso município: uma velha locomotiva, exposta na Praça Nove de Julho, as antigas estações de Curitibanos e Guaripocaba e as residências de conservas, ainda existentes nesse trajeto, já um tanto descaracterizadas, além de algumas fotos que servem de reminiscências aos antigos moradores da região e para serem exibidas às novas gerações de bragantinos.

Garagem de manutenção das locomotivas da extinta Estrada de Ferro Bragantina, às margens do lago do Taboão, onde podemos perceber um pouco da arquitetura inglesa que decorava nossa cidade.

 

 

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Matéria fornecida pelo autor, inédita na internet, já publicada no BragançaJornal Diário em 1997
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