Em nossas explorações pelos
castelos do Bairro da Bocaina, logo no início do exótico
caminho adentramos um fundo de vale, onde somos recepcionados
por imensas árvores e pelo aroma delicioso dos flores do biri,
que criam refrescante ambiente natural, preparando-nos para
nossa visita à centenária casa-sede da Fazenda São Vicente.
Ao contrário do da Fazenda Bocaina, o casarão
colonial da Fazenda São Vicente situa-se no fundo do vale, de
onde nos permite contemplar a mística Serra da Bocaina de uma
maneira diferente.
Logo na estrada principal, chama-nos a atenção a
romântica alameda serpenteada por um jardim que se mantém
vigoroso, à sombra de antiquíssimas árvores envolvendo muitas
espécies nativas da região.
Das janelas dos quartos do casarão, a vista de
imensa mata nos oferece exuberante cenário que, além de
permitir à nossa imaginação retornar ao passado, nos contagia
com sua energia, fazendo realmente integrarmo-nos como parte da
natureza.
Em cada cômodo que penetramos, a história de
nosso município se torna presente e seus fundadores parecem
ainda ali residir.
A venerada
atual proprietária da fazenda São Vicente, profª. Lyss
Godinho de Siqueira, viúva do saudoso sr. Lincoln Rodrigues de
Siqueira
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Casarão
sede da Fazenda São Vicente, um dos "castelos"da
região bragantina cuidadosamente preservado.
Após
um delicioso café servido pela nonagenária proprietária, Profª.
Lyrss Godinho de Siqueira, viúva do saudoso Lincoln Rodrigues
de Siqueira, somos conduzidos a um passeio pelo imenso bosque
onde, de repente,
deparamos com uma surpresa: a artística capela de Nossa Senhora
Aparecida, réplica da igreja matriz de Bragança Paulista do início
deste século. Construída nos anos
50 pelo saudoso mestre italiano Ernesto Lo Sardo, a
pedido do então proprietário da Fazenda, Lincoln Rodrigues de
Siqueira, essa réplica perfeita
Greco-Romana, além de ser um recanto de fé e oração,
nos permite recordar a Bragança Paulista de 1.900.
Gansos
chineses passeiam pelo jardim adornando-o ao ambiente similaridades
aos verdadeiros castelos de antiguidades.
Essa relíquia arquitetônica de nosso município foi
toda restaurada e, a 15 de Janeiro último, foi ali celebrada
solene missa, quando dona Lyrss comemorou seus 90 anos de existência,
grande parte dos quais foram dedicados à natureza e à
catequese, principalmente da população do Bairro Santa Luzia.
Com mais esta reportagem, mostramos que o meio ambiente
em que vivemos e a preservação histórica são elaborados, já
bem antes de existirem entidades ecológicas e florestais, pelas
famílias que, de geração em geração, detêm as propriedades
rurais.
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